sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Estranho

Estranho como os dias se tornam tão comuns, modorrentos, sem vida conforme a vida passa. Conforme passa a vida e nos tornamos passageiros de nossos dias, apenas sentados, observando, desejando, vendo, morrendo.

Como aos poucos a vida vai se esvaziando e a metade vazia do jarro vai aumentando e levando consigo, sonhos, planos, desejos, vontades, ambições, amores e paixões!

Paixões?

Como uma alma seca e vazia, sem motivos nem objetivos pode saber o que é uma paixão? Alma vazia, assim como o pinheiro de natal que após as festas é confinado a sua própria sorte em algum canto, esquecido e solitário. Mas, com uma diferença para a alma não terá próximos natais.

Solidão que traz certezas, certezas que trazem vícios, vícios que não trazem nada mais que solidão. A falta de diálogos, conversas, presenças, bom dias, boa tardes, boa noites, como foi seu dia? Acarretam em manias minimalistas, maximizadas a cada minuto. Pois só se tem a exata noção que sessenta segundos representa, quem ouve o som do ponteiro dos segundos do velho e adiantado relógio em cima da porta da cozinha. Relógio adiantado pra tentar inutilmente fazer com que as areias do tempo escorra de forma mais rápida.

Estranho como nos tornamos estranhos quando temos a oportunidade de se aprofundar em nós mesmos.

Estranho como nos tornamos estranhos quando nos afastamos e vemos de longe os dias se tornando comuns nas vidas alheias e corridas.

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